Friday, December 08, 2006

 

Clássicos de Natal


Era uma vez. Era não, ainda é. Não, melhor, vai ser. Sim, porque o Natal ainda não chegou.


Ah, mas o frenesi em volta de amigos-secretos, árvores e duendes esquizofrênicos já está por aí faz tempo. Graças à mídia e aos velhinhos de barba branca que ficam sentados nos shoppings, isso começa a acontecer em outubro, mais ou menos.


Bom, mas isso não vem ao caso porque todo mundo gosta de ganhar presente. Claro que não aquela meia verde-musgo que sua tia dá todo ano. Falo de presente de verdade. Uma Ferrari, um iate. Mas isso também não vem ao caso porque você nunca vai ganhar isso. Caia na real!


Ok, ok. Vamos desembuchar a criança, ou melhor, o assunto: o harmonioso Natal em família.


Se tem alguém aí que se gaba em ter uma ceia perfeita, sem aquele parente bebum dando vexame ou aqueles primos chatos que ficam chamando você pra brincar, sinto muito. Você não teve um Natal de verdade. Só quem já passou pela nobre experiência de ver o especial da Xuxa (com o Rei na seqüência) sabe do que estou falando. Sem falar do filme Esqueceram de Mim, que sempre passa de tarde. Um verdadeiro clássico natalino.


No Natal também não pode faltar aquela cunhada da sua irmã, que não pode ver o primo de 3º grau da sua tia-avó na frente porque, em 1965, ele chamou ela de pitéuzinho. Ah, bate até uma nostalgia, não é mesmo? É como diz o ditado: família que janta unida, briga unida.


E o amigo-secreto? Este é um item magnífico na lista de qualquer Natal. Quem nunca ganhou um presente que não vai ser usado nem nas próximas 3 encarnações e ouviu: é a sua cara!? Ou, pior ainda, quem nunca deu um presente em um ano e – surpresa – ganhou o mesmo no ano seguinte. Coincidência? Não, cara-de-pau mesmo, porque seu amigo-secreto achou que aquele útil porta-chinelo (que você escolheu com tanto carinho) não servia pra nada. É triste, mas é a vida.


Bom, voltando ao peru frio (vaca fria não combina com a ocasião), que tal passar essa data festiva de um jeito diferente? Minha dica é ir para uma ilha não-civilizada com nômades canibais de guias. Certamente eles são mais legais que sua família e você ainda perde uns quilos caminhando com eles (se você não virar farofa antes). Porque quem inventou reunir a árvore genealógica no Natal morava sozinho e não tinha parentes. Ou seja, provavelmente era um ermitão da Escandinávia.


Tá, eu sei, não adianta. Por mais que seja ruim, triste e um pé no saco, você não vai resistir ao Natal em família. Até porque o manjar da sua mãe vale o sacrifício de aturar aquelas descrições ofensivas e as piadas sem-graça que sempre acontecem na revelação do amigo-secreto.


E por falar nisso, você já tirou seu papelzinho?


Comments:
hahahaha ótimo texto! é bem isso mesmo, né? Natal em família é muito bom e muito chato ao mesmo tempo!
 
eu SEI bem como são esses Natais... bem ou mau, são show de bola ! hehe
Bjos !!!
 
(eu quis dizer "bem ou mal")
 
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