Tuesday, November 14, 2006

 

Atingindo a transcendência através da mediocridade


Quem você pensa que é?
Um advogado? Um publicitário? Um pop star?
Isso é o que você faz, seu trabalho, isso não é você.

Então ok, você pode escalar o Everest, aparecer na Tv no mundo inteiro.

A sensação será maravilhosa ao chegar ao topo branco iluminado pelo Sol, isto é grandioso, e seu, ninguém tira de você.

Mas isso não é você.

Há toda uma grande indústria preparada para reconhecer você, seu ego.
Pessoas especializadas em organizar comemorações, profissionais de mídia prontos pra dar cobertura, escritores para escrever biografias, tudo para reconhecer no eu de alguém uma importância que vai se diluindo com o tempo até desaparecer, mesmo que ele seja um líder mundial, ele é finito, mortal.

Porque na verdade você não é mais importante do que ninguém.
Sim, aceite. É difícil, mas é verdade.
A sua importância no contexto universal é tão grande quanto a de uma minhoca.
Só pra começar, a minhoca ara o solo para plantas crescerem e você comer.
Melhor nem continuar o raciocínio, podemos ser menos importantes que o anelídeo.

Se esquecermos a mídia, o ciclo de pessoas que por dependência, conveniência ou admiração cultuam alguém, tanto faz este alguém ser o jornalista do New York Times, ou o sem teto que escreve no Boca de Rua.
Tanto faz ser um grande piloto de fórmula 1, ou um ciclista anônimo bêbado em corridas imaginárias.
Tanto faz ser o Mick Jagger ou um cara que pega um microfone desligado e fica cantando na redenção.

Este é o Tao da mediocridade transcendental.

Ao ser tudo, você ainda é nada.
Ao ser nada você de certa forma é tudo.
E o ciclo se fecha.

Então tanto faz, é só ilusão. Você não é importante.

A menos que você pense nas pessoas que cativa, no amor que sente, recebe e distribui, mas aí já é assunto pra um blog de auto-ajuda.

Thursday, November 09, 2006

 

Você ainda vai ter uma

Se você tem o estômago fraco, nem comece a ler. Não vamos falar sobre as baratas comestíveis do sul da Coréia do Norte ou algo assim, mas de um assunto que já causou muitas noites mal dormidas, conversas de bar e pitis no meio da noite. Sim, é isso mesmo. Dor-de-cotovelo, seja bem-vinda!

O amor é uma coisa injusta. Claro que tem gente que conhece o amor da vida no primeiro namorico de portão. Tá, convenhamos, isso é enredo de novela e não a vida real. Aqui nesse mundinho a gente se ferra em busca da tal cara-metade. Pior que nem sabemos sobre a nossa metade. Então, como vamos achar a outra?

Mas isso não vem ao caso e seu cérebro nunca lembra desse detalhe. E o coração idiota? Melhor nem falar. Acontece então que você se apaixona, se envolve, comete loucuras e se acha a pessoa mais feliz do mundo. Até que a decepção bate na porta e diz: oi, posso entrar? Tarde demais! Já entrou e trouxe um rolo de papel higiênico junto para você assuar o nariz. Não tem remédio, aconteceu. A minha sugestão é: que tal curtir a fossa com muito estilo?

Bom, comece preparando os ouvidos. Nada de Fábio Jr. ou algo do gênero, por favor. Tem coisa pior do que ouvir “carne e unha, alma gêmea, bate coração” numa hora dessas? Não invente também de ouvir a música da primeira vez que você viu a outra pessoa sorrir com um feijão no dente. É hora de chutar o balde! Vai ficar no fundo do poço? Peça a companhia da Roberta Miranda e diga: VÁ COM DEUS. Pode acreditar, você acabou de se livrar de um futuro nada promissor, ao lado de uma pessoa que ronca, baba e rouba as cobertas a noite inteira. Junte forças e grite comigo: VÁ COM DEUS.

Agora, junte todas as tralhas do passado e coloque fogo. Você pensa: e se, de repente, a gente voltar a se ver, se reconciliar? Bote fé, vocês não vão! E, se você tiver esse azar, diga que seu irmão é piromaníaco e queimou todas as cartinhas, ursinhos e almofadas de coração com “pra sempre vou te amar”. Ah, você não tem irmão? Diga que ele morreu junto, queimado. É uma boa saída. Não teve coragem? Então coloque tudo numa caixa e mande reciclar. Pelo menos você ajuda o meio ambiente e não vê corações vermelhos em folhas brancas por um bom tempo.

Agora, para finalizar, se olhe no espelho e diga: QUANDO CASAR SARA! Hum, não, péssimo conselho. Você já começou a chorar né. Ai, ai, ai. Pare com esse ataque histérico. Essa não foi a primeira e não vai ser a sua última dor-de-cotovelo. Então, relax. Saia para a rua com muito orgulho desse nariz vermelho. Quem sabe até contratam você para uma temporada no circo. Pode ser a sua chance de fazer sucesso. Ou de virar piada.


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